RESUMO OBJETIVO: O efeito ansiolítico do exercício aeróbio regular em pacientes com Transtorno de Pânico é bem conhecido. No entanto, permanece a lacuna de um protocolo de intervenção com exercícios aeróbios como um tratamento adjunto não farmacológico para o transtorno de pânico. Nosso objetivo foi apresentar estudo piloto de um protocolo de treinamento aeróbio que pudesse ser replicável, seguro e viável para outras triagens clínicas com pacientes com transtorno de pânico. MÉTODO: Pacientes com transtorno de pânico completaram 24 sessões (duas vezes por semana) de caminhada na esteira, com intensidade controlada (75% VO2max). RESULTADOS: Não foram observadas complicações importantes. Os benefícios da intervenção com treinamento aeróbio refletiram-se favoravelmente através de mudanças nos escores da Escala de Pânico e Agorafobia, do Questionário de Ansiedade Cardíaca, do Índice de Sensibilidade à Ansiedade e do Questionário de Sensações Corporais, apesar de nenhuma diferença ter se mostrado significativa nas variáveis fisiológicas. CONCLUSÕES: O protocolo de treinamento aeróbio proposto mostrou ser seguro e uma ferramenta potencialmente útil para o tratamento adjunto não farmacológico do transtorno de pânico. Mais estudos são necessários a fim de avaliar se intensidades mais elevadas e/ou intervenções mais longas com exercícios poderiam induzir benefícios fisiológicos adicionais, ao mesmo tempo permanecendo viáveis e seguros.

OBJECTIVES: The anxiolytic effect of regular aerobic exercise in panic disorder patients is well known. However, a protocol for aerobic exercise intervention as an adjunct non-pharmacologic treatment for panic disorder is still lacking. Our aim was to propose and present a pilot study about an aerobic training protocol that could be replicable, safe and viable for other clinical trials with panic disorder patients. METHODS: A total of 24 exercise sessions (twice/week) of treadmill walking at controlled intensity (75% VO2max) were completed by four panic disorder patients. RESULTS: No major complications were observed. The benefits of the aerobic training intervention were reflected in favorable changes in the Panic and Agoraphobia Scale, the Cardiac Anxiety Questionnaire, the Anxiety Sensitivity Index and in the Body Sensations Questionnaire scores, in spite of no significant differences in physiological variables. CONCLUSIONS: The proposed protocol of aerobic training intervention was shown to be a safe and potentially useful tool as adjunct non-pharmacologic treatment of panic disorder. Further studies are needed in order to determine whether higher intensities and/or longer exercise interventions would induce physiological benefits while still being feasible and safe.